Resumo de trabalhos

Agradecemos, mais uma vez, todos aqueles que se dispuseram a contribuir com XXII Ciclo de Estudos Históricos e informamos que o Comitê está á disposição para maiores esclarecimentos através do e-mail:

A seguir a programação dos Simpósios Temáticos:

Simpósio Temático 01 - Movimentos Políticos e Sociais
Coordenador: Prof. Ms. Marcelo LIns
Local: Pavilhão Adonias Filho, sala 2204
Dia: 20/10/2011    Horário: 08:00H às 12:00H

TRABALHADORES NA ENCRUZILHADA: SINDICALISMO DE TRABALHADORES RURAIS ENTRE A ESQUERDA E A DIREITA
Autor: Marcelo da Silva Lins, Mestre em História Social pela Universidade Federal da Bahia, Professor assistente da Universidade Estadual de Santa Cruz.

O presente trabalho trata da trajetória de um grupo de militantes ligados ao Partido Comunista do Brasil (PCB),  que desenvolveram atividades no sentido de construir e consolidar o Sindicalismo de Trabalhadores Agrícolas na região sul da Bahia, no eixo Ilhéus e Itabuna a partir de 1949. As ações aqui tratadas não são analisadas como aspectos biográficos das referidas lideranças, mas no contexto das atividades partidárias. Tais militantes afastaram-se do Partido, em razão da crise que afetou o movimento comunista devido a divulgação do relatório apresentado no XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética onde foram apresentadas as denuncias dos crimes de Stalin. A partir de então, saíram do PCB, vincularam-se a uma tentativa de criação de um movimento nacionalista, posteriormente a uma ala do trabalhismo, até 1963 quando se vincularam a um grupo de militares que tinha a disposição de desestabilizar e derrubar o presidente em exercício João Goulart.

ENTRE FLORES E ESPINHOS: A PARTICIPAÇÃO FEMININA NO MOVIMENTO SERTANEJO DO CANGAÇO (1930-1940)
Autora: Janiele Gomes Santos
UNEB- CAMPUS X- TEIXEIRA DE FREITAS
Orientadora: Profª. M.sC. Liliane Maria Fernandes Cordeiro Gomes   

Resumo: O presente artigo busca analisar a presença e efetiva participação feminina no movimento sertanejo caracterizado como cangaço  no inicio do século XX, bem como seu papel dentro dos grupos e suas implicações enquanto participantes dos mesmos. Compreendendo a mulher sertaneja no inicio do século passado ao qual pertenceu a uma sociedade tradicional, que via a figura feminina de cima, tendo estas que conviver com a constante submissão, as cangaceiros deram um “salto” de seu tempo, vivendo a liberdade, as “flores” e os “espinhos” na vida errante do cangaço e as dificuldades advindas desta liberdade limitada. A analise foi construída através de revisão bibliográfica tendo como base teórica (MELLO, GRUSPAN-JASMIN, MALUF, MOTT, FALCI e FREITAS) além de fontes  áudio-visuais. 
Palavras-Chave Mulher, História, Cangaço.


ENTRE O PODER PÚBLICO E O PRIVADO: AS FACES DO CORONELISMO NA PRIMEIRA REPÚBLICA DO SÉCULO XX
Autor: Júnio Viana Gomes  
Graduando em Licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB – CAMPUS X

A figura do coronel, enquanto senhor de terras, votos e mentes no interior rural do Brasil foi, por muito tempo, perpetuada como fruto da ineficiência e falta de vontade do poder publico em se fazer presente nos espaços rurais distantes da capital. É objetivo deste artigo analisar o coronelismo afim de perceber até que ponto tal modelo se efetivava no contexto da Primeira República, além de apontar práticas coronelísticas existentes na região cacaueira no sul da Bahia no século XX. Questiona-se interpretações historiográficas que vêem o coronelismo a partir do coronel como dominador local inquestionável e que negligenciam as ações do povo enquanto sujeitos sociais no período. Utiliza-se como fonte de pesquisa a revisão bibliográfica e a metodologia consiste na análise das obras referidas. 
Palavra-Chave: Coronelismo – Relações de poder – Primeira República 


TÍTULO: O ARRAIAL DE CANUDOS A PARTIR DE UMA ABORDAGEM SOCIOLÓGICA
Autor: André Luís da Silva Andrade - Estudante de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Santa Cruz 

A história de Arraial de Canudos vista sobre a lente sociológica, pode nos oferecer uma série de reflexões quanto às condições sociais de miséria e as motivações que resultaram nessa comunidade. Desse modo, buscam-se compreender a partir de conceitos sociológicos presente nos clássicos quais foram as condições que levaram as pessoas a unirem-se visando o bem comum. A figura do líder carismático Antonio Conselheiro imbuída de caráter messiânico, a consciência coletiva alicerçada ao sentimento religioso e o comunalismo são alguns elementos hipotéticos analisáveis à luz da Sociologia. Entretanto, mais do que entender o fenômeno que regia a comunhão no Arraial, procura-se analisar por que atualmente é improvável que tal fenômeno aconteça. Partindo de uma pesquisa bibliográfica sobre a linha da Sociologia Histórica, procura-se estudar esse fato numa perspectiva sincrônica e diacrônica. 
Palavras-Chave: Arraial de Canudos; Sociologia Histórica; Movimento Social


O JUIZ DO TRABALHO EM VITÓRIA DA CONQUISTA (1963-1975): HISTÓRIA, MEMÓRIA E DISCURSO.
Autora: Lorena Farias Santos
Graduanda em História pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/ Bolsista de Iniciação Científica da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB).

Subordinada ao projeto Fontes para a História Social do Trabalho: Vitória da Conquista e Região, a presente pesquisa adota como principais fontes os processos trabalhistas abrigados nas dependências do Laboratório de História Social do Trabalho (LHIST/Uesb). Pautando-se nas informações e dados extraídos destes documentos, o objetivo é proceder à investigação e análise da atuação e dos discursos dos juízes que ocuparam a presidência da Junta de Conciliação e Julgamento de Vitória da Conquista no período de 1963-1975, ou seja, nos anos que abrangeram o Golpe que levou a instalação da ditadura militar no Brasil. Tais elementos deverão ser cotejados com outras fontes – orais, escritas e imagéticas – que igualmente identificam Vitória da Conquista como importante foco de resistência ao Golpe.


“PINGA FOGO” NAS RUAS DE ITUPEVA-BA: HISTÓRIA POLÍTICA LOCAL 1950-1970
 Autor: Leonardo do Amaral Alves Graduando em História UNEB / DEDC X

Neste trabalho, procuramos apresentar um panorama da história política do distrito de Itupeva, Bahia. A vida política desta pequena vila do município de Medeiros Neto é permeada de conflitos e disputas que marcaram a memória coletiva da comunidade. Sob o signo do mandonismo, o período entre as décadas de 1950 e 1970 é referido pelos seus habitantes como a “época das encrenca”, na qual havia um grupo situacionista que se mantinha no poder sob o comando de Dozim e Seu Oscar. Neste contexto, emerge um grupo adversário, cujo personagem principal é Antônio Rebouças tido por alguns, como um homem bom e honesto e por outros como o semeador da discórdia. A presença de homens armados marcou o imaginário dos seus moradores, de maneira que ainda hoje alguns sentem receio em falar sobre o tema.
Palavras-Chave: Itupeva; Prefeitura de Medeiros Neto; mandonismo e coronelismo.


LIBERALISMO E AUTORITARISMO: AMBIGÜIDADES CONCEITUAIS E TRAJETÓRIAS POLÍTICAS NA BAHIA (1945-1985).
Autor: Roberta Lisana Rocha Santos, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Orientador: Prof. Dr. José Alves Dias    

Este texto traz uma discussão conceitual sobre liberalismo e autoritarismo e mostra as ambigüidades encontradas no comportamento político da União Democrática Nacional (UDN), especialmente, em relação a dois personagens baianos importantes dessa legenda: Juracy Magalhães e Antônio Carlos Magalhães. Pretende-se desconstruir a noção maniqueísta de oposição entre autoritarismo e liberalismo, demonstrando, historicamente, a convergência desses aspectos na atuação política de ambos no diretório regional do partido em questão no período de 1945 a 1985.
Palavras-chaves: Autoritarismo, Liberalismo e Partido Político


Simpósio Temático 02 - História, Cidade e Região
Coordenadora: Profª. Ms. Kátia Vinhático Pontes
Local: Auditório Jorge Amado
Dia: 20/10/2011    Horário: 08:00H às 12:00H


AS IMAGENS DA CIDADE DE ILHÉUS NOS ROMANCE AMADIANOS 
Autora: Juliana Santos Menezes Mestra em Cultura & Turismo - UESC/UFBA  Professora do Instituto Federal da Bahia-IFBA Pesquisadora Grupo de Pesquisa Identidade Cultural e Expressões Regionais – ICER/DLA/UESC

Este trabalho analisa as imagens da cidade de Ilhéus retratadas nos romances amadianos Terras do Sem Fim, São Jorge dos Ilhéus e Gabriela, Cravo e Canela. Tais obras revelam um manancial relevante de questões culturais e sociais que remetem a uma reflexão sobre origens e costumes, aspectos fundamentais a um estudo acerca das questões identitárias. Nessa perspectiva, intenta-se analisar o universo ilheense “pintado” por Jorge Amado, na tentativa de compreender a sociologia local e valorizar a cultura do lugar, por meio da explicação dos epítetos que a cidade recebeu em decorrência da literatura amadiana: Terra de Jorge Amado, Terra da Gabriela  e Terra dos Coronéis do Cacau. A pesquisa parte do pressuposto de que a literatura influencia e é influenciada pela história (SIMÕES, 1998) e se constitui como uma realidade imaginada capturada do vivido e constituída em sentido. Enfocado na perspectiva antropológica, o texto literário é, portanto, uma duplicação da realidade que é integrada ao imaginário ficcional “como se” fosse (ISER, 1996). O estudo conclui que, como elemento que é influenciado pela história, a literatura amadiana expressa a cultura ilheense que pode ser conhecida e valorizada através da leitura do texto.
Palavras-Chave: literatura, cultura, questões identitárias


“CAMINHOS E DESCAMINHOS DA LITERATURA ENGAJADA: QUESTÕES DE GÊNERO NA OBRA CACAU DE JORGE AMADO".
Autora: Carolina dos Anjos Nunes Oliveira - mestre em História pela Universidade Federal de Pernambuco/UFPE.

Na obra Cacau, as contradições do sistema capitalista transformaram-se em material privilegiado de ficcionalização para Jorge Amado. Para tanto, as desigualdades entre trabalhadores rurais e empregadores (fazendeiros de cacau), são expostas através de relações de poder em que o proprietário capitalista subjuga o trabalhador. Esse desequilíbrio de poder perpassa todo o romance, onde os conflitos entre possuidores e despossuídos, muitas vezes, ajustam a narração do autor ao discurso ideológico marxista. As assimetrias não se encerram nas relações trabalhistas da trama acompanhando também as relações entre mulheres e homens, que são balizadas por desigualdades de gênero. As representações produzidas por Amado na narrativa de Cacau opõem um mundo patriarcal ao espaço do feminino. Os romances da primeira fase do escritor, onde a construção narrativa coincide com sua ativa participação no Partido Comunista Brasileiro, são frequentemente alvo de críticas por seu discurso deliberadamente ideológico-partidário. Ponderando a chave explicativa marxista que perpassa toda a trama utilizarei alguns trechos de Cacau para uma breve análise do discurso que Jorge Amado construiu sobre as prostitutas da região de Itabuna.
Palavras-Chave: Cacau, Gênero, Prostitutas.


IDENTIDADE E CULTURA NO MUNICÍPIO DE ILHÉUS: O DISTRITO DE BANCO CENTRAL E SUA PARTICIPAÇÃO NA ECONOMIA DE ILHÉUS (1950-90)
Autora: Jaciara dos Santos Vinhas, Graduada em História pela Faculdade Santo Agostinho – FACSA – Ipiaú-Ba

Nesta comunicação pretendo apresentar o distrito de Banco Central em Ilhéus, como o que mais acentuou a economia do município durante várias décadas do século XX, o distrito remite suas origens como patrimônio natural que designa memória, é uma dos mais de 30 vilarejos fora da área urbana de Ilhéus que participou ativamente de sua economia. No auge da cultura do cacau o distrito foi palco de um desenvolvimento fora de moda para a área suburbana, um cenário forte no cultivo do cacau quando eram produzidos em Ilhéus 450 mil toneladas de amêndoas batendo recorde em exportações e rendendo a balança comercial brasileira cerca de US$ 3,4 bilhões. Com o declínio do cacau, o distrito sobrevive do pouco cacau cultivado, é uma história que estimula compreender a evolução econômica e social de uma determinada comunidade. 
Palavras chaves – economia – memória - Ilhéus


SIMBOLISMO E IMAGINARIO NA REGIÃO CACAUIERA
Autor: MIGUEL ARTURO CHAMORRO VERGAR, Universidade Estadual Santa Cruz

A História, a partir da terceira geração dos Annales, em meados do século XX, se propõe a realizar um diálogo interdisciplinar com as Ciências Sociais, em especial com a Antropologia. È a partir desses diálogos que o presente trabalho tem por objetivo discutir atemporalidade das ocorrências históricas e sociais levando em consideração as imagens literárias, histórica, jornalísticas das vivencias nos tempos do cacau .Para isso, usamos o método da mitanálise procedimento interdisciplinar  das Estruturas antropológicas do Imaginário Gilbert Durand  para  analisar  obras literárias  , registros  históricos e jornais  ( fontes)  para levantara pregnancia simbólicas, os arquétipos e mitos da sociedade local  enquanto porto de ancoragem da memória baiana regional. Assim o estudo tende a mostrar como certas  imagens  simbólicas  são forças imperativas na formação do ego social  e na assimilação objetiva  do meio  para a vida cotidiana das pessoas.
Palavras chaves: imaginário cacaueira, mitanálise


MEMÓRIAS EM CONFLITO – MOVIMENTAÇÕES SUBALTERNAS E HISTÓRIAS EMERGENTES SOBRE O SUL DA BAHIA
Autor: ERAHSTO FELÍCIO DE SOUSA, mestre em história social (UFBA), professor substituto do IFBA, campus Eunápolis 

A história republicana do sul da Bahia bem poderia ser recortada em três fases: produção oficial das memórias e da literatura regional (1), as pesquisas acadêmicas que tomavam tais memórias e região como fundamento (2) e uma historiografia recente de base empirista e reflexão crítica sobre a identidade regional. Neste trabalho quero analisar os primeiros conflitos entre estes dois últimos campos, o último representado por estudantes egressos do curso de história da UESC que realizaram curso de mestrado nos últimos cinco anos. O objetivo é evidenciar que a análise de documentação que reflete o cotidiano e as tensões sociais das cidades do sul da Bahia constituiu como base crítica para uma identificação apressada de “região cacaueira”, por vezes formulada por elementos constitutivos da prosa literária amadiana e adoniana. O pivô para esta tensão são os estudos que dão conta de grupos subalternos em conflito, evidenciando experiências de lavadeiras, mendigos, comunistas, filhos de santo, suburbanos, capoeiras e etc.
Palavras Chave Memórias; regionalismo; subalternidade.


MODERNIZAR É A PALAVRA: O PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO E REPRESSÃO, NA CIDADE DE SALVADOR NO INICIO DO SÉCULO XX ¹
Autor: Danilo Ribeiro Patez- Graduando – UNEB,
Orientadora: Profª. Msc. Liliane Maria Fernandes.

Cidades brasileiras no inicio do século XX passaram por mudanças significativas em alguns âmbitos, inclusive no processo de modernização. As principais capitais tiveram idéias modernizadoras inclusive em Salvador, considerada como cidade de atraso, fazendo-se necessária uma urgente transformação no pensamento, estrutura física e cotidiano, de uma determinada população. Com isto fazia-se necessário na concepção destes modernizadores, a retirada de todo e qualquer resquício  com relação ao passado colonial, que era evidenciado nas ruas da cidade de Salvador. Assim modernização era a palavra de “ordem” na cidade. O presente artigo busca analisar o processo de modernização da cidade de Salvador no inicio do século XX e o processo de repressão a que as camadas populares sofreram em nome da civilização e modernização da capital baiana.
Palavras Chaves: Modernização, Salvador e repressão.


CIDADES DO EXTREMO SUL BAIANO: QUESTÕES ABERTAS, UM ESPAÇO DE PESQUISA E POSSIBILIDADES 
Autora: Liliane Maria Fernandes Cordeiro Gomes Profª  Msc História Regional e Local  Profª Assistente da Universidade do Estado da Bahia - UNEB – Campus X 

A construção no imaginário de cidades do extremo sul baiano cede por vezes lugar a imagens idílicas. O objetivo deste artigo é apresentar alguns dos resultados de pesquisas desenvolvidas por estudantes do colegiado de História da Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Campus X no processo de construção e reconstrução da história regional a partir da análise de documentos que estão dispersos e sob a guarda de particulares e/ou responsáveis pelo poder público. Este contato com novas fontes documentais, não somente escritas como orais fez-se significativo. Tais produções, alinhadas à história social e cultural, ao se articularem com a história econômica e política possibilitaram reflexões, referenciadas na História local e regional com vistas a transcendê-la e por vezes, descolonizá-la, passá-la a limpo a partir de vozes de grupos e de classes sociais antes silenciados pela história tradicional.
 Palavras Chave Pesquisa, Sujeitos históricos, Extremo Sul Baiano.


HISTÓRIA CULTURAL DOS CIGANOS EM ITABUNA (1983-1993).
Título adotado pelo Comitê Científico. Titulo indicado pela autora
Autora: Indira Silva Souza - Graduanda de História pela Universidade Estadual de Santa Cruz

Este estudo procura analisar um grupo familiar cigano em Itabuna (os Fortuna Rebouças) em suas relações com a cultura e sociedade não cigana local, acompanhando dimensões de sua história, memória e identidade. Buscaremos estudar possíveis formas da dinâmica de interatividade sociocultural no período do estabelecimento daquele grupo na cidade de Itabuna: 1984- 1993. A idéia é ponderarmos acerca de um possível quadro (ou não) de desconhecimento, preconceito e discriminação envolvendo aquele grupo étnico, considerando conceitos advindos da chamada Nova História Cultural. Para isso, continuaremos o levantamento das seguintes fontes: textuais; iconográficas; orais; objetos; e vestimentas.
Palavras chaves: Ciganismo; História Cultural; Itabuna


Simpósio Temático 03 - História e Cinema
Coordenador: Prof. Ms. Jairo de Carvalho Nascimento
Local: Pavilhão Adonias Filho, sala 2208
Dia: 20/10/2011    Horário: 08:00H às 12:00H


DIDÁTICOS E O USO DE FILMES NO ENSINO DE HISTÓRIA: UMA PROPOSTA DIDÁTICA?
Autora: Sandra Regina Mendes - Professora da Faculdade Santo Agostinho/Ipiaú-Bahia, Mestre em Cultura e Turismo (UESC).

O presente trabalho objetiva analisar as propostas teórico-metodológicas que os autores dos Livros Didáticos de História, selecionados pelo Guia do Programa Nacional do Livro para o Ensino Médio 2008, sugerem aos professores no que se refere ao uso de filmes para ampliar as possibilidades de aprendizagem da História. Como foco da investigação, tomou-se o “Manual do Professor” que acompanha os livros destinados aos docentes, os capítulos das obras que continham sugestões ou atividades para o uso de filmes, partindo de duas reflexões principais: existem orientações e atividades que permitam aos professores desenvolver um trabalho fundamentado nas questões teórico-metodológicas de uso do cinema na sala de aulas ou as propostas e atividades se restringem ao uso do filme apenas como ilustração, fornecendo simples listagens? Teoricamente o trabalho está fundamentado nas discussões de Jorge Nóvoa (2008), José D`Assunção Barros (2008) e Napolitano (2006) que discutem a apropriação desta linguagem como uma ferramenta para educação e desenvolvimento do senso crítico do cidadão. Ainda foram elaboradas reflexões sobre o papel do livro didático na formação do saber histórico escolar.
Palavras-Chave: Cinema- Ensino-Livro Didático


CINEMA E CENSURA NO BRASIL: A PORNOCHANCHADA NA MIRA DOS MILITARES" 
Autor: Jairo Carvalho do Nascimento, Mestre em História Social (UFBA) UNEB/Campus VI

A comunicação tem por objetivo discutir o problema da censura ao cinema durante o regime militar no Brasil, particularmente durante a década de 1970 e, em especial, centrando o foco nas comédias eróticas que ficaram conhecidas como pornochanchadas. Analisaremos, como estudo de caso, a partir dos certificados de censura, emitidos pelos órgãos vinculados ao Departamento da Polícia Federal, o filme "História que nossas babás não contavam" (1979), de Oswaldo de Oliveira. Cruzaremos o conteúdo do discurso censor desse filme à condenação crítica de "Terra em transe" (1967), de Glauber Rocha, para compararmos os objetivos e as motivações dos censores em relação à produção cinematográfica brasileira do período analisado.
Palavras-Chave: Cinema – Censura – Pornochanchada.


HOMEM NÃO CHORA: AS MASCULINIDADES EM “FALE COM ELA” E “SEBASTIANE”
Anderson Cunha Araújo- (UNEB)- Especialista em Filosofia pela UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz e discente especial do IX Semestre de Pedagogia – Docência e Gestão de Processos Educativos - Universidade do Estado da Bahia - UNEB/Departamento de Educação - Campus X.

Fundamentamos a pesquisa na análise filmíca da obra cinematográfica “Fale com Ela ”- dirigido por Pedro Almodovar e da obra “Sebastiane” de Derek Jarman. Estabelecemos como eixo de problematização a leitura de VANOYE sobre o analise fílmica do cinema contemporâneo.  E as questões de gênero em FEITOSA e SCOTT relacionando os lugares da masculinidade nestes filmes com a abordagem histórica desses autores. Nossa proposição é encontrar o lugar da afetividade masculina na obra desses autores, numa inter-relação entre a postura cinematográfica e nas entrelinhas das imagens analisadas.
Palavras-Chave: gênero, afetividade, masculinidades



Simpósio Temático 04 - Educação e Diversidade
Coordenadora: Prof.ª Ms Laila Brichta
Local: Pavilhão Adonias Filho, sala 2204
Dia: 20/10/2011    Horário: 19:00 às 22:00H


GESTÃO DEMOCRÁTICA E RACISMO INSTITUCIONAL: A CONTRADIÇÃO
Autor: Daniel Brito da Silva Titulação: Professor da rede pública municipal, em Itabuna-Ba. Graduado em Pedagogia (UESC-2001), especialista em Educação das Relações Étnico-Raciais (UESC 2008) e Gestão da Educação. Atualmente, graduando em História – UESC, Orientadora: Rachel de Oliveira 

Apresenta os resultados do estudo realizado sobre a existência ou não da relação entre gestão escolar e racismo institucional. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa do tipo estudo de caso singular ou holístico, de cunho explicativo, desenvolvida numa escola pública de Itabuna, Bahia. Os sujeitos selecionados a participar da pesquisa são: membros da equipe gestora diretor (a), Vices-diretores (a), coordenador (a) e secretário (a), professores pais, estudantes e demais funcionários. A coleta de dados foi realizada a partir da observação sobre as relações/inter-relações estabelecidas entre os participantes, discursos e atitudes adotadas pelos mesmos no desempenho das atividades pedagógicas, técnico-administrativa; análise documental e aplicação de questionários. Com efeito, a pesquisa em pauta, oferece, a princípio, subsídios para a compreensão do fenômeno em estudo e, posteriormente, à produção de novos conhecimentos, de modo a contribuir com o avanço da gestão escolar, rumo à promoção de uma educação antiracista.
Palavras-Chave: racismo institucional; gestão escolar; democratização;


DITADURA MILITAR X ESCOLA NOVA: REFLEXÕES SOBRE O PENSAMENTO PEGÓGICO BRASILEIRO DURANTE OS ANOS DE CHUMBO, A PARTIR DA REALIDADE DA EDUCAÇÃO ITABUNENSE NO REFERIDO PERÍODO.
Autora: Verônica Isabel Loduvico Nascimento Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC

O presente trabalho é um estudo dos efeitos que a ação repressora do Estado militar brasileiro ocasionou na educação pública deste país, especialmente a cidade de Itabuna. Tais discussões se inserem no campo da História da Educação e têm como base as teorias da Escola Nova, no Brasil, defendidas por educadores, como Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Cecília Meireles, entre outros, que se relacionavam de forma crítica em relação ao regime militar de 1964. Este trabalho tem a História, como referencial de abordagem e a Educação, como eixo privilegiado das questões estudadas, situadas no período ditatorial-militar brasileiro, com ênfase para os anos de 1969 a 1975, a fase mais difícil do referido regime e sugere algumas reflexões acerca do período pós-ditadura. 
Palavras-Chave: Ditadura; Educação; Escola Nova; Pensamento Pedagógico.


AMBIENTE ESCOLAR E MECANISMOS DE NORMATIZAÇÃO: ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE UMA UNIDADE ESCOLAR PÚBLICA DE ENSINO MÉDIO.
Autora: Mariana Rodrigues Piccolo Discente do Curso de Licenciatura em História. DFCH/UESC, Orientadora Karina Pereira Pinto, Docente da UESC

Para alcançar uma educação realmente inclusiva é de fundamental importância adentrar as redes de relações presentes no cotidiano escolar com o objetivo de “desnaturalizar” mecanismos excludentes.  O objetivo deste estudo é analisar quais são e como funcionam os dispositivos de normatização que atuam na produção de discriminação e exclusão presentes em uma unidade escolar pública de ensino médio e a relação dos professores com tais dispositivos. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, com enfoque teórico-metodológico na genealogia de Michel Foucault. Para a coleta de dados será utilizada a observação participante e entrevista semi-estruturada com professores de diversas disciplinas, além de pesquisa bibliográfica, fase em que se encontra a pesquisa.
Palavras-Chave: Cultura escolar; discriminação e exclusão; formação de professores.


BRINCANDO SE CONSTRÓI GÊNERO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Autora: Uerisleda Alencar Moreira, Discente do Programa de Pós Graduação Lato sensu em História do Brasil (UESC) e Anderson Araújo, Discente de Pedagogia - UNEB

A sociedade apresenta às crianças a vida do homem e a vida da mulher de forma bem distinta, e essa diferença podem ser apresentadas através dos gêneros da criança (brincadeiras de meninas e de meninos). Este estudo buscou observar o cotidiano infantil, através de observações assistemáticas em uma instituição escolar de Educação Infantil pública em Teixeira de Freitas – BA. Analisar o cotidiano infantil através das brincadeiras aponta muito das determinações históricas acerca do lugar social que cada sujeito desempenha, desvelando os papéis sexuais determinados socialmente e impostos as crianças como modelos a serem fielmente seguidos. Em contraponto, buscamos analisar as estratégias de (re)apropriação da realidade vivenciada pelas crianças da realidade em foco.
Palavras-Chave: Brincar, Cotidiano Escolar, Gênero.

A INTERLOCUÇÃO ENTRE A UNIVERSIDADE E A MEMÓRIA LOCAL E REGIONAL: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CURSO DE HISTÓRIA.
Autoras: Guilhermina Elisa Bessa da Costa, Mestre em Educação-IPLAC/Cuba. Especialista em Psicopedagogia – UESC e Docência do Ensino Superior. Professora da Universidade do Estado da Bahia-UNEB/ CAMPUS X; Gislaine Romana Carvalho. Especialista em Docência do Ensino Superior e em Artes. Graduada em História-PUC/MG. Professora da Universidade do Estado da Bahia-UNEB/Campus X.

 
O presente texto consiste no relato e na análise da experiência de estágio supervisionado dos graduandos do VI semestre do curso de Licenciatura em História da Universidade do Estado da Bahia, do Departamento de Educação – Campus X em 2009, realizado em arquivos públicos e particulares da microrregião de Teixeira de Freitas. O Estágio supervisionado fundamentou-se nas discussões teóricas, epistemológicas e metodológicas dos autores: Arroyo (2000); Candau (2002); Alarcão (2003); Freire (2000); Lima (2002), Libâneo (2006); Pimenta (2004); e Veiga (1998), Lima (2002); Bloch (2001); Flamareon (1994); Pinsky (2004); Júnior (1995); Rocha (1994); Abreu (1988) e Cardoso (1984). O projeto de estágio executado em espaços socioeducativos, não-escolares (ONGs, Museus, Arquivos, etc). No contexto do presente trabalho tais projetos foram realizados em seis municípios da microrregião de Teixeira de Freitas, que compreende o município de  Teixeira de Freitas, Itamaraju, Prado, Alcobaça, Caravelas e Medeiros Neto.  Essa experiência proporcionou aos estudantes o acesso a documentos públicos e alguns que estavam em poder de particulares e propiciou um novo olhar em relação a esses documentos, bem como possibilitou perceber algumas dificuldades no ofício do historiador. Conclui-se que o estágio em arquivos é imprescindível para agregar conhecimentos e experiências significativas, pois aproximou os estudantes da UNEB/Campus X, da história local e regional, concatenando teoria e prática. Observa-se a relevância do estágio no processo de formação tanto dos educadores em exercício, como dos futuros educadores/historiadores.
Palavras-Chave: História local e regional, Memória e Estágio.



Simpósio Temático 05 - História da África e da Diáspora Africana
Coordenador: Prof. Ronaldo Lima da Cruz
Local: Pavilhão Adonias Filho, sala 2206
Dia: 20/10/2011    Horário: 19:00H às 22:00H


PAGUE-NOS PELAS PLANTAÇÕES DE CACAUEIROS: AS ROÇAS DE CACAU DOS ESCRAVOS DE ILHÉUS, 1870-1889.
Autor: Ronaldo Lima da Cruz – Mestrando em História pela UNESP e bolsita IFP-Brasil.

Desde a década de 1980 a historiografia brasileira se debruça em analisar a economia interna dos cativos. De modo geral, os historiadores reconhecem a existência da brecha camponesa e apontam que os senhores ao possibilitar que os escravos trabalhassem em proveito próprio durante alguns dias da semana, vislumbravam reduzir custos com alimentação, garantir maior controle sobre os cativos e, principalmente, evitar convulsões sociais, além do que, lhes possibilitava acumular excedente para a compra da alforria.  Todavia, a economia interna dos cativos de Ilhéus e, quiçá do sul da Bahia, possuem características que diferem do que até o momento a historiografia brasileira vem estudando. Os escravos da região não somente plantaram cacau para seus donos, aproveitaram também para cultivar suas próprias roças de cacau, produto comercializável somente para exportação, ou seja, não havia somente a necessidade de complemento da alimentação ou venda nas feiras locais. Os escravos plantavam cacau sabendo que o produto não fazia parte do comércio local, e desse modo, eles próprios, passaram a participar da economia de exportação. A documentação foi analisada qualitativamente de modo que pudéssemos analisar a participação dos escravos na economia regional, portanto, as pistas, indícios e os vestígios nos possibilitou construir uma narrativa voltada para investigar o conflito e negociação entre senhores e escravos. Para a pesquisa aqui proposta utilizamos os registros de transações comerciais contidos nos Livros de Notas de Ilhéus, inventários, relatos de viajantes e bibliografia sobre o assunto.
Palavras-Chave: Escravidão – Cacau – Ilhéus.


“AS BOUBAS HE HUM FLAGELLO DA ESCRAVATURA NO BRASIL”. CONSIDERAÇÕES DE BERNARDINO ANTÔNIO GOMES SOBRE A SAÚDE E A DOENÇA ENTRE A POPULAÇÃO ESCRAVA COLONIAL
Autora: Poliana Cordeiro de Farias, Mestre em Ensino, Filosofia e História das Ciências – UFBA; Michelle Caroline Moreira Mansur, Estudante do Curso de Especialização em História do Brasil - UESC

A historiografia acerca da escravidão apresenta avanços consideráveis no Brasil. Entretanto, o espaço ocupado pela história da saúde e das doenças diretamente relacionadas ao deslocamento dos povos africanos através do Atlântico, ainda é esparso. A bouba, esforço de reflexão desta comunicação, foi analisada como doença da medicina contemporânea, alvo principal das políticas de saúde do governo de Jucelino Kubitscheck, embora largamente conhecida desde o período colonial, como uma epidemia altamente contagiosa, originária do continente africano e responsável por debilitar grande parte da população colonial, principalmente das capitanias da Bahia e Pernambuco. Através da Memória do renomado médico Bernardino Antônio Gomes, intitulada “Sobre as Boubas”, publicada pela Academia Real das Ciências de Lisboa em 1815, objetiva-se explicitar sua constituição, origens, estágios principais, transmissibilidade – associada aos climas tropicas, subtropicais e questões raciais -, e terapêutica recomendada pelo profissional em questão, influenciada pela medicina hipocrática. Após a criação das faculdades de medicina e sociedades médicas no Brasil Imperial, continuam sendo objetos das teses médicas, sempre relacionadas à introdução em larga escala de africanos no Brasil, reforçando estereótipos sobre os negros.
Palavras-Chave: escravidão; doenças; boubas.


A PROPÓSITO DE CANDOMBLÉS: A REPRESSÃO ÀS PRÁTICAS DE CURA DO CANDOMBLÉ NA CIDADE DE ITABUNA 1930/1950.
Autora: Michelle Caroline Moreira Mansur, Estudante do Curso de Especialização em História do Brasil – UESC
Orientador: Flávio Gonçalves dos Santos
Essa pesquisa tem como objetivo analisar as estratégias de resistência à repressão e ao confronto entre as práticas de cura dos candomblés e o saber médico em Itabuna entre 1930 e 1950. Na Bahia, onde se concentra um grande número de afro-brasileiros, na primeira metade do século XIX, se desenvolveu um intenso processo de perseguição ao candomblé e outras religiões de matriz africana. O auge da repressão aos candomblés em Itabuna pode ser localizado entre os anos 1930 e 1950. As fontes evidenciam que em Itabuna, as camadas dominantes fizeram uma campanha contra os candomblés, valendo-se de aspectos como: denúncias de feitiçaria, charlatanismo, e o perigo que esta religião representava na concorrência com o saber médico; bem como as estratégias dos adeptos para manter o funcionamento das casas de culto às divindades de origem africana. Nesse sentido, como o candomblé era geralmente associado às práticas de magia-negra e barbárie e a sua trajetória no período é fortemente marcada pela disputa de espaço com o avanço da prática médica, pretende-se analisar a concorrência entre as práticas de cura dos candomblés e as médicas.


O NÃO - SILÊNCIO: UM ESTUDO SOBRE A PRÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NO CENTRO EDUCACIONAL MARIA SANTANA EM PAU BRASIL-BAHIA 
Autor: Josivaldo Felix Câmara. Graduado em História\FTC, estudante do Curso de Extensão Educação e Cultura Africana\ODEERE_UESB; Professor do Ensino Fundamental II do Centro Educacional Maria Santana em Pau Brasil

Esse relato narra às práticas do que consideramos uma pedagogia dos instrumentos possíveis, realizadas no Centro Educacional Maria Santana em Pau Brasil-Bahia, que propõe reconhecer o silenciamento sobre a diversidade étnicorracial e pesquisar para intervir positivamente, “revertendo os perversos efeitos de séculos de preconceito, discriminação e racismo”. Tais ações visam atender a Lei 10.639\03 que determina implementar nos currículos de todas as escolas  o ensino da História e Cultura Africana,afro-brasileira e indígena, com o objetivo de desconstruir  conceitos e ideologias que ao longo da história impediu o desenvolvimento pleno da população indígena e negra. Para tanto, utilizamos no cotidiano escolar, procedimentos metodológicos que transformam a sala de aula em uma “comunidade de investigação” que consiste em tornar os estudantes investigadores,produtores de conhecimentos e orgulhosos de seu pertencimento étnicorracial.Para executar as atividades, buscamos a interação dessa comunidade com o ambiente no qual estão inseridos, mesmo porque “na ausência do outro o homem não se constrói homem”.Destacamos como resultado principal,a capacidade dos educandos na produção de conhecimentos a partir dos estudos envolvendo teoria e prática,uma vez que essa interação possibilita valorizar a história e cultura do povo negro e indígena,permitindo a reconstrução de uma sociedade mais democrática onde os seus direitos sejam garantidos e sua identidade valorizada e fortalecida.Essa experiência nos permite inferir que se trata de mudar o foco desse currículo escolar,até então eurocêntrico, e ampliá-lo considerando a diversidade cultural,racial e socioeconômica da comunidade onde a escola se encontra.
Palavras-Chave: Cultura, ensino, história, prática, não - silêncio


DE ONDE VEM PARA ONDE VAI: UM ESTUDO ETNOGRÁFICO SOBRE AS UNIVERSITÁRIAS ORIUNDAS DO PRÉ-UNIVERSITÁRIO PREAFRO NO MUNICIPIO DE ITABUNA, SUL DA BAHIA
Autora: Cristiane Vilas Boas Santos. Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz; Estudante do Curso de Extensão Educação e Cultura Africana-Odeere|UESB;
Autora: Maria Rita Santos Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz; Estudante do Curso de Extensão Educação e Cultura Africana-Odeere|UESB.

Esta pesquisa apresenta resultados parciais sobre trajetórias de universitárias negras, oriundas de escolas públicas, que estudaram no Pré-universitário para Afrodescendentes, PreAfro, no município de Itabuna, sul da Bahia, entre 2006 e 2010. As atividades deste cursinho são realizadas por docentes-voluntários (as), na sua maioria estudantes dos cursos de licenciatura da Universidade Estadual de Santa Cruz, UESC e ex-alunos do PreAfro. No período assinalado, foram aprovados nos processos seletivos da UESC (as) 39 estudantes, sendo 23 mulheres. Nesse estudo, destacaremos: acesso ao ensino superior; coeficiente de rendimento; tempo mínimo exigido para o término do curso; participação em atividades extracurriculares e dificuldades enfrentadas.  O estudo começa a apontar que as dificuldades de acesso impostas pelo Sistema de Ensino aos estudantes das classes populares não impedem o bom desempenho acadêmico. A coleta e a análise de dados estão fundamentadas em autores que discutem a pesquisa etnográfica em educação, na perspectiva de Kramer et.al ( 2007), entre outros. Os estudos de Paixão (2006); Silvério (2003); Oliveira (2002); Silva (2004); e Munanga (2003; 2007) respaldam essa reflexão.
Palavras Chave mulheres negras; periferia; ensino superior.


Simpósio Temático 06 - Cultura e História Indígena
Coordenador: Prof. Dr. Carlos José Ferreira
Local: Pavilhão Adonias Filho, sala 2208
Dia: 20/10/2011    Horário: 19:00H às 22:00H

IDENTIDADE E RELIGIOSIDADE ENTRE OS TUPINAMBÁ DE OLIVENÇA (ILHÉUS – BA): 2000 A 2009
Autora: Tamires Batista Andrade Veloso. Graduanda em História (8º semestre) pela Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC

Esta pesquisa procura analisar a relação entre a religião católica e a religiosidade Tupinambá em Olivença desde 2000 a 2009 a fim de acompanhar possíveis formas de circularidade, interatividade, resistência e apropriação sociocultural, bem como a importância desta religiosidade no processo de reconhecimento étnico e territorial promovido pela FUNAI. Pretende-se também ponderar por que, às vezes, as condições físicas e culturais necessárias à manutenção, prevalência e perpetuação das tradições não têm sido propiciadas e defendidas no contexto atual de desvalorização e não reconhecimento destes índios. O presente estudo considera conceitos advindos da chamada Nova História Cultural. 
 

A ACADEMIA VAI A ALDEIA: UMA EXPERIÊNCIA DE INTERCÂMBIO INTERCULTURAL COM AS COMUNIDADES INDÍGENAS PATAXÓ DE PRADO-BA
Autora: Tamires Santos Pereira. Graduanda em Licenciatura em História pela UNEB – CAMPUS X. Monitora no Projeto de Extensão – A Academia vai à Aldeia - coordenado pela Profª. Maria Geovanda Batista.
Orientadora: Profª.  Maria Geovanda Batista - Professora Assistente da UNEB

A imagem dos índios, das populações nativas do território hoje conhecido como brasileiro foi sendo construída ao longo da história, de modo simplificador e estereotipada. A historiografia mais tradicional e a grande maioria dos livros didáticos a reproduziram sob visões equivocadas e simplistas de que os nativos são apenas um grupo, que todos falam a mesma língua ou que vivem a mesma cultura, simplificando-os na expressão “os índios”. Gersem Baniwa, antropólogo, da etnia Baniwa, convida-nos a refletir, dizendo que, as contradições e os preconceitos têm na ignorância e no desconhecimento sobre o mundo indígena suas principais causas e origens e que precisam ser superadas, entendemos que, como um primeiro passo é preciso conhecer para desconstruir. Daí a importância do intercâmbio intercultural, precisamos romper os muros, sejam eles da academia, das escolas ou da nossa própria visão colonizada pelas influências ideológicas do mundo moderno e “civilizado” no qual vivemos. Este artigo é resultado da experiência como monitora/bolsista no projeto A academia vai à aldeia, academia e aldeia representadas aqui pela UNEB/CAMPUS X e pelas comunidades indígenas de etnia Pataxó. Um projeto de intercâmbio intercultural criado a partir da necessidade de incluir de forma prática a temática da interculturalidade, que proporciona através da extensão momentos de interação e intervenção visando promover a igualdade, o estudo do meio e da diversidade sociocultural, facilitando o encontro do “eu” com o “outro”, valorizando a experiência de experimentar criticamente o encontro entre “diferentes”. O trabalho aqui apresentado se orienta pelo enfoque metodológico da pesquisa-participante e tem por objetivo partilhar as reflexões teóricas e as nossas próprias desconstruções dos estereótipos, sobre as populações nativas, contribuindo talvez para que sejam repensadas muitas das informações desencontradas, generalizadas e preconceituosas tão comuns em nosso cotidiano. Bem como apresentar o projeto A Academia vai à Aldeia como um dispositivo de extensão e pesquisa intercultural com a população Pataxó de Cumuruxatiba/Prado - BA. 
Palavras - chave: A academia vai à aldeia; Intercâmbio intercultural; Comunidades indígenas Pataxó.


A DEMARCAÇÃO DAS TERRAS INDÍGENAS EM OLIVENÇA (ILHÉUS/BAHIA), A PARTIR DA ORGANIZAÇÃO DOS ÍNDIOS TUPINAMBÁ (1980) E DO RELATÓRIO DA FUNAI (2008): CONTRADIÇÕES E CONTRAPOSIÇÕES. 
Autora: Taís Almeida Carvalho. Discente do curso de História da Universidade Estadual de Santa Cruz e Bolsista de Iniciação Científica pela FAPESB  

RESUMO: Busca-se discutir um programa de pesquisa que procura estudar o reconhecimento étnico e a demarcação das terras Tupinambá em Olivença promovida pela FUNAI. A principal inquietação é refletir acerca da participação deste grupo indígena nestas ações. O recorte cronológico inicial é a década de 1980 e justifica-se por ser considerada pelos índios de Olivença como o “Reinício da Resistência dos Tupinambá”, sendo um dos fatores fundamentais para o processo de demarcação publicado em 2009, nossa baliza temporal final. As fontes para o estudo são: legislação e relatórios da Funai; discursos contrários à demarcação; oralidade, e outros documentos resultantes da ação indígena. A metodologia utilizada é relativa à história sociocultural para pensarmos a memória, identidade e os diferentes discursos. 
Palavras-chave: Tupinambá de Olivença, demarcação, identidade.


CONHECIMENTOS TRADICIONAIS E AS RELAÇÕES COM O PATRIMÔNIO CULTURAL E NATURAL DOS ÍNDIOS TUPINAMBÁS DE OLIVENÇA.
Autoras: Millena Silva Santos e Janmoliva Marlei Santana Belmonte. Graduandas em História pela Universidade Estadual de Santa Cruz

O presente trabalho surgiu da necessidade de identificação pelos alunos da Escola Estadual Indígena Tupinambá de Olivença do que é patrimônio cultural e natural, bem como o que essas definições representam, partindo do diálogo entre as memórias do povo Tupinambá com as experiências vivenciadas nas aldeias pelos alunos. A oportunidade surgiu a partir de um projeto de intervenção em sala de aula proposto pelo PIBID- História, referenciada na aplicação da Lei 11.645, que tornou obrigatório o estudo dos povos africanos e indígenas no projeto político pedagógico diferenciado da escola, pautado na representação das culturas indígenas. Para tanto o presente trabalho tem como objetivo demonstrar como os Índios Tupinambás de Olivença construíram e desenvolvem relações com o meio ambiente onde estão inseridos: a vegetação, rios, rituais, festas e o calendário agrícola, tais relações dos indígenas Tupinambás são pautados na relação de temporalidade, reunindo os saberes tradicionais e os conhecimentos locais. Durante a oficina foram discutidos os conceitos de patrimônio material e imaterial, desconstruindo a idéia de que patrimônio não se limita a bens que passaram pelo processo de tombamento, mas também envolve supostas pequenas coisas, ou seja, aquilo que tem valor pra eles. O projeto resultou em textos onde os alunos descreveram os patrimônios identificados na sua realidade sócio-cultural e servirão de apoio na produção de material didático para as turmas da educação básica. As oficinas desenvolvidadas com os alunos utilizaram como recursos o filme: “Narradores d e Javé”, dirigido por Elaine Caffé; pesquisa de campo; músicas de temática indígena (Poranci); imagens; e o vídeo “Povos indígenas do Xingu contra a construção de Belo Monte”.


A IMAGEM DOS POVOS INDÍGENAS NO PROCESSO DE DEMARCAÇÃO DAS TERRAS DO POSTO CARAMURU-PARAGUASSÚ - 1936
Autora: Talita Almeida Ferreira. Discente da Especialização em História do Brasil/UESC

Este trabalho objetiva analisar o conflito denominado “A Revolução do Posto” que ocorreu no ano de 1936 motivado pela disputas das terras do Posto Indígena Caramuru Paraguaçu. Neste contexto, esta pesquisa propõe problematizar como aquele episódio foi apresentado nas reportagens publicadas pelo jornal Estado da Bahia, e o modo pelo qual os índios em suas ações foram descritos. Assim buscamos investigar em que medida a imagem construída do indígena pelo jornal Estado da Bahia contribuiu na construção da memória e história do conflito de terra do Posto Indígena Caramuru - Paraguaçu.
Palavras-Chaves: povos indígenas, terra, conflito.


HISTÓRIA E ETNOTERRITÓRIO: UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA ESTADUAL INDÍGENA TUPINAMBÁ DE OLIVENÇA- EEITO 
Autoras: Lucimara Tóffano Paulino; Kaliana Oliveira da Hora; Ramaiana Batista de Menezes, Graduandas em História  do 8º semestre pela UESC, bolsistas do PIBID

Este trabalho apresenta os resultados da oficina “Olivença - tempo, território e memória Tupinambá”, realizada na EEITO. Considerou-se que a perpetuação da cultura indígena não ocorre sem território. Buscou-se a compreensão da dinâmica cultural e histórica dos Tupinambá a partir da inserção no aldeamento Nossa Senhora da Escada, possibilitando uma reflexão do estudante Tupinambá acerca de seu papel histórico social. Foram possibilitadas percepções pedagógicas de uma escola indígena, como: ensino adequado à realidade dos alunos e valorização da sua cultura e história. 
Palavras-Chave: Território, História, Educação Tupinambá


OUTRAS MEMÓRIAS: NARRATIVAS DE VIDA E TRABALHO DE MARISQUEIRAS EM ILHÉUS, BA, 1960-2008.
Luiz Henrique dos Santos Blume - Doutor em História Social
UESC – DFCH, Fabiana Santana de Andrade - Mestre em História Social
SEC-BA - E.E. Paulo Américo de Oliveira

Esta comunicação apresentará o resultado de duas pesquisas que tratam de memórias de pescadores em Ilhéus, BA, no período entre 1960-2008. Tendo como eixo central as experiências de vida e trabalho dos pescadores artesanais em Ilhéus, os pesquisadores desenvolveram pesquisas paralelas em nível de mestrado e doutorado. Partindo das narrativas orais de pescadores e marisqueiras da cidade de Ilhéus, os autores buscaram os significados das narrativas desses sujeitos, representativos de um grupo excluído e marginalizado socialmente e ausente da historiografia da região. Estas narrativas trataram do cotidiano e as experiências dos pescadores e marisqueiras da cidade de Ilhéus, entre o período de 1960 a 2004. Nosso objetivo é trazer os processos de constituição das memórias e lembranças dos pescadores em Ilhéus, buscando apreender como se dá a construção de identidades nesse grupo social, e de que maneiras a experiência de ser pescador foi mantida, com suas modificações ao longo dessas quatro décadas. Os autores trazem agora ao público o resultado destas pesquisas, realizadas em nível de mestrado no Programa de Pós-Graduação em História da UEFS e doutorado no Programa de Estudos Pós-Graduados em História da PUCSP.

Simpósio Temático 07 – Cultura e Patrimônio
Coordenador: Profª.  Drª . Janete Macêdo
Local: Pavilhão Adonias Filho, sala 2204
Dia: 21/10/2011    Horário: 08:00H às12:00H

MOSAICO HISTORIOGRÁFICO: UM RECORTE DE TRÊS CULTURAS. 
Autora: Laís Borges Lima.  Universidade Estadual de Santa Cruz  

Na apresentação do trabalho farei  uma breve analise dos processos fundamentais para a formação cultural do nosso país,  visando abranger os aspectos básicos das três raças que compõe nossas raízes históricas. A principio relatando algumas dificuldades da pesquisa historia no âmbito nacional e posteriormente realizando um painel simples, das atividades envolvendo as relações da historia brasileira entre suas três formações básicas. 
Palavras – Chaves : cultura, etnia, e  historiografia.


MAPEAMENTO ARQUEOLÓGICO NA BACIA DO RIO CACHOEIRA: RESULTADOS E DISCUSSÃO. 
Autor: Girleney Santos Araújo. Graduando do curso de História da UESC - Bolsista CNPq 

Como local de intensa ocupação e movimentação tanto no período Histórico quanto no período Pré-colonial, a área que compreende a bacia do rio Cachoeira, Ilhéus, Bahia, fez-se palco para a realização deste projeto, onde um programa de prospecções extensivas fora realizado com o objetivo de elaborar um Mapeamento Arqueológico buscando compreender como os diversos grupos humanos que ali viveram, organizaram e utilizaram esses espaços. Para tanto, utilizamos uma abordagem regional, que permitisse correlacionar características relacionadas à paisagem e a implantação dos assentamentos identificados. Como objetivo direto, buscamos a compreensão da articulação desses sistemas de assentamentos e as recorrências e variações existentes entre eles. De forma indireta localizamos e mapeamos dois sítios arqueológicos pré-coloniais de tradição tupiguarani contendo vasilhames e fragmentos de cerâmica e sete ocorrências de caráter histórico, tendo uma delas possibilidade de fazer parte do Engenho Jacarecica (século XVIII), as margens do rio cachoeira.  Assim, os diferentes órgãos municipais, estaduais e federais, podem agora dispor de um instrumento preciso da localização de cada um dos assentamentos identificados, possibilitando uma melhor conservação e manejo deste importante Patrimônio Cultural. 
Palavras-chave: Arqueológia; Ilhéus; Rio Cachoeira.


INOCENTE, LEGÍTIMO OU NATURAL: A CRIANÇA E O RITO DE BATISMO NA VILA DE PORTO SEGURO (1837-1845)
Autora: Uerisleda Alencar Moreira. Discente do Programa de Pós-Graduação Lato sensu em História do Brasil (UESC).

Este estudo, procura analisar nos registros de batismo da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penna de Porto Seguro (1837 a 1845) a possibilidade de: descrever o ritual de batismo no período estudado; depreender o conceito de criança ou de infância através dos registros e identificar a ocorrência de cruzamentos étnicos entre os sujeitos presentes nas fontes. Para tal, o trabalho se apoiou na análise documental em um modelo quali-quantitativo, que possibilitou através da construção de uma base de dados, atribuir valores e significados às características levantadas e quantificadas. Evidenciar questões relacionadas às práticas voltadas à infância que sobreviveram no tempo e no espaço podem contribuir para a construção da História da infância.
Palavras-Chaves: Infância, Rito religioso, Vila de Porto Seguro.


O SILÊNCIO DOS REVOLTOSOS: ANÁLISE E POLÊMICAS A RESPEITO DA CONSTRUÇÃO DAS MEMÓRIAS HISTÓRICAS DA SEDIÇÃO BAIANA 
Autora: Sabrina Gonçalves Rocha. Discente do curso de História DFCH/UESC.

As idéias disseminadas nos pasquins sediciosos do movimento baiano de 1798 não foram restringidas por desesperanças: os revoltosos baianos se embalaram em anseios políticos, sociais e culturais revolucionários que batiam de frente com a ordem elitista da cidade da Baía. Em sentido contrário aos interesses inerentes à administração ultramarina, ao progresso pensado pelas elites e assustando o sistema colonial, a Sedição pode servir de base para discussões, ações e percursos outros no contexto baiano contemporâneo. Entretanto, os vários caminhos possíveis (e oficiais) para a construção da memória histórica – livros didáticos, datas comemorativas, cinema - não têm logrado divulgar, analisar, debater e – por que não? – comemorar os idéias da revolta, ainda que sem objetivos de transformar em heróis ou mitificar os sujeitos históricos. Esse estudo objetiva analisar a memória da revolta em comparação com movimentos elitistas, em destaque a Inconfidência Mineira. Para tanto, foram estudados processos de construção de memória e representações e suas relações com a identidade da revolta baiana – negra, popular e revolucionária. 
Palavras-Chave: Sedição, Bahia, memória.


AS FESTAS DE SÃO BOAVENTURA EM CANAVIEIRAS: APELOS DO PADROEIRO NOS PROGRAMAS/CONVITE DOS FESTEJOS PAROQUIAIS (1951-1969).
Autor: Oslan Costa Ribeiro. Licenciando em História – Universidade Estadual de Santa Cruz, Bolsista PIBIC/UESC/CNPq – AF, Orientadora: Dra. Janete Ruiz de Macedo (DFCH/UESC)

Este trabalho é um desdobramento da pesquisa financiada pelo CNPq: “As festas de São Boaventura em Canavieiras: uma análise de cultura, identidade, poder e religiosidade (1951-1969)”. Nesta comunicação pretendemos analisar a divulgação biográfica e citações da obra de São Boaventura nos programas/convites e cartazes de suas festas em Canavieiras – Bahia, de 1951-1969. Nesse período analisado aconteceram vários eventos marcantes como peregrinações, campanhas, construções e festejos secundários na vida paroquial de Canavieiras. Esses impressos sendo as fontes primárias da pesquisa demonstram o discurso de apelos da paróquia de São Boaventura utilizando a vida e obra de seu padroeiro no embasamento doutrinário na divulgação da programação e realização dessa religiosa celebração secular. 
Palavras-Chave: Festa de São Boaventura, religiosidade, Canavieiras.


Simpósio Temático 08 – História Agrária e Ambiental
Coordenador: Profª.  Drª . Anna Lúcia Côgo
Local: Pavilhão Adonias Filho, sala 2206
Dia: 21/10/2011    Horário: 08:00H às12:00H

REFLEXÕES HISTORIOGRÁFICAS – HISTÓRIA AMBIENTAL EM ITABUNA
Autora: Alyne Martins Gomes. Pós-graduanda em História do Brasil, UESC/Ba, 2011.

A compreensão da recorrência de conflitos entre diferentes formas de percepção, sensibilidade e atitudes humanas diante da natureza, e também, a apreensão e interpretação desses fenômenos em uma perspectiva temporal não é externa ao campo de interesse da historiografia. A atual degradação do Rio, tem provocando a necessidade de compreender-se – quer por sua importância histórica, quer ambiental – as dimensões que envolvem a sociedade itabunense e este elemento da natureza. A história ambiental não traz um novo objeto, desconhecido dos historiadores, mas sugere uma abordagem ditada pelos problemas enfrentados pelas sociedades contemporâneas. Esclarecendo o porquê de uma história ambiental e a importância desta temática para a história através de um debate sobre o oficio e o campo de estudo dos historiadores, se agrega ao interesses da pesquisa que se está desenvolvendo sobre a percepção da sociedade itabunense acerca do Rio Cachoeira no período 1980-90, através de uma teoria do olhar baseada no conceito de imaginário, ou seja, análise da história das idéias, das percepções e dos valores sobre o mundo natural. A abordagem deste estudo estará voltada, em particular, para as sensibilidades e percepções, as fontes que estão sendo consideradas como as que trarão informações relevantes são as pinturas produzidas por Walter Moreira tanto das décadas de 1980-90, ou mesmo em período anterior. A análise de seus quadros inspirados no Rio Cachoeira será tomada para a compreensão do tema e problemas que a pesquisa se propõe a investigar. Assim, vale dizer que mais que um elemento natural preponderante na historia da cidade de Itabuna, o rio encheu-se se significados para os habitantes da cidade, ou seja, tornou-se um signo. Desta maneira, a pesquisa pretende responder ou abrir mais um foco de discussão sobre a percepção da sociedade itabunense com relação ao Rio Cachoeira.
Palavras-Chave: Cidade – Percepções – História ambiental   


“A TERRA SERVE DE THEATRO A SÁBIA NATUREZA”.  JOSÉ DE SÁ BITTENCOURT E ACCIOLI E A PRODUÇÃO DE ALGODÃO E MANDIOCA NA BAHIA NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVIII 
Autora: Poliana Cordeiro de Farias. Mestre em Ensino, Filosofia e História das Ciências – UFBA

Formado em História Natural na Universidade de Coimbra, no contexto do reformismo ilustrado lusitano, José de Sá Bittencourt e Accioli, o famoso inconfidente mineiro, identificou-se com as idéias agraristas em voga na Europa: o desenvolvimento da agricultura levaria a prosperidade do Estado português e conservação das conquistas, visto que desembocaria no incremento do comércio e da indústria. Assim, atento à grande demanda européia pela fibra do algodão no período e as necessidades da faminta Bahia pelo aumento da produção de mandioca, escreveu em 1798, uma “Memória sobre a plantação dos algodões, e sua exportação; sobre a decadência da Lavoura de mandiocas no termo da Villa de Camamú, Comarca de Ilhéus na Bahia”, na qual expôs todo o seu conhecimento científico e empírico acerca das referidas culturas, solicitando inúmeras medidas da Coroa para o melhoramento da produção das lavouras que havia iniciado na Bahia.
Palavras – Chave: agricultura; reformismo; ilustração.


TRAJETÓRIA E ESTRATÉGIAS DE UM COMERCIANTE DA VILA DE ILHÉUS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX: JOAQUIM JOSÉ DA COSTA SEABRA 
Autor: Zidelmar Alves Santos. Licenciado em História pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC 

Esta comunicação objetiva apresentar a reconstrução da trajetória de um comerciante e empreendedor da vila de Ilhéus na primeira metade do século XIX. Fundamentado no banco de dados dos registros do notariado daquela Vila, sediado no CEDOC-UESC, e no testamento e inventário de Joaquim José da Costa Seabra, está sendo identificada a composição de seu capital, suas práticas comerciais e creditícias e suas estratégias econômicas. Parte-se do pressuposto de que a sociedade em questão ainda se via envolvida pela dinâmica do Antigo Regime português, o que define um mercado personalizado, no qual as redes de parentesco e outras formas de reciprocidade se colocam acima das leis do mercado capitalista, ainda em formação.
Palavras-Chave: Comerciante-empreendedor; Vila de Ilhéus, Joaquim José da Costa Seabra   


“O COFRE DOS ÓRFÃOS NO SISTEMA DE CRÉDITO EM ILHÉUS - 1804-1852”
Autor: Leandro Dias dos Santos. Graduado em História pela Universidade Estadual de Santa Cruz

Essa pesquisa objetivou identificar a participação do Cofre dos Órfãos no sistema  de crédito da Vila de Ilhéus na primeira metade do século XIX, tendo por finalidade analisar a influência  dessa instituição nas operações creditícias da Vila de Ilhéus do período em questão, considerando a lógica política, social e econômica presente nas transações. A base empírica dessa investigação foram os registros notariais,  os testamentos e os inventários post-mortem dos principais agentes ,os registros eclesiásticos de terras e a matrícula dos engenhos da Vila do período em foco. Os resultados dessa pesquisa além de apontar o  Cofre dos Órfãos como o principal agente creditício e o financiamento da produção agrícola como um dos motivos para a aquisição de capital, e a propriedade da terra como objeto de garantia, identificamos as estratégias utilizadas pela sociedade local para se obter crédito como as relações de amizade e compadrio, os casamentos, o controle de cargos de governança etc.  Esta conclusão já aponta que na Vila de São Jorge dos Ilhéus da primeira metade do Oitocentos havia uma economia sólida comparável a outras regiões do Império e que a mesma não vivia no estado de isolamento, como era conhecida antes dos períodos áureos da lavoura cacaueira.
Palavras-Chave: Cofre dos Órfãos - Crédito - Vila de Ilhéus


“EU TENHA A HONRA E A GLÓRIA DE AGRADAR A VOSSA EXCELÊNCIA”: A ATUAÇÃO DE FRANCISCO NUNES DA COSTA COMO INSPETOR DOS REAIS CORTES NA COMARCA DE ILHÉUS
Autor: Halysson Gomes da Fonseca. Mestre em História PPGH/UFBA

Pretende-se, através de cartas, alvarás, ofícios, regimentos e memórias, analisar a atuação de Francisco Nunes da Costa, como Inspetor dos Reais Cortes da comarca dos Ilhéus, cargo assumido em 1782. Fiel vassalo desempenhou a sua função de maneira exemplar e sistemática, mantendo constante e regular comunicação com a metrópole, informando acerca dos usos da floresta realizados pelos colonos e remetendo em tempo hábil as remessas de madeiras solicitadas pelo Arsenal Real. Será destacado o desenvolvimento alcançado pela atividade madeireira na comarca de Ilhéus durante a sua atuação, percebidos como conseqüência de sua capacidade de diálogo com os colonos e a Real Fazenda, das incansáveis observações realizadas que puseram em evidência as riquezas naturais da região e das reformas infra-estruturais fundamentais para o encaminhamento da atividade.
Palavras-Chave: administração – exploração madeireira – Francisco Nunes da Costa


À SOMBRA DO CACAU: TRANSFORMAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS NA REGIÃO DO LITORAL SUL DA BAHIA, DO DESENVOLVIMENTO TÉCNICO NO SÉC. XVIII À MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA NO SÉC. XX
Autor: Daniel Mauro Souza Lemos. Mestrando em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente PRODEMA/UESC 

Foi no litoral sul da Bahia, Costa do Cacau e Dendê, que ocorreram as primeiras explorações do meio natural no Brasil pelos europeus, com ciclos da madeira, cana de açúcar, mandioca e, por último, do cacau, no século XIX. (DIAS, 2007/2010; PARAISO, 2001; SILVA CAMPOS, 2001) Os avanços foram rápidos. A primeira plantação de cacau foi em Canavieiras, a 120km de Ilhéus, na fazenda Cubículo, no ano de 1746, com sementes trazidas do Pará. Mas, só após os anos de 1820 que seu cultivo despontou na economia regional. Já em 1890 ganha destaque internacional, sendo a segunda região de maior exportação no mundo. (BARROS, 2004; FREITAS, 2001) Nos primeiros anos da cultura aqui no Brasil, pela dependência do clima úmido e terreno aluvião, a plantação Cacaueira ocorreu abaixo da mata nativa (Cabruca) contudo, com o crescimento das plantações e o esgotamento dos solos; os plantadores aderiram ao corte total, conhecidos nos termos da época como ora "sol a pino" ora "a sombra", de espécies exóticas como a bananeira, a Erythrina, a mamoneira etc.). (TORREND, 1918; FILHO, 1976) “Á sombra” desse desenvolvimento, da abertura de estradas e caminhos, expansão das fronteiras agrícolas e o aumento dos povoados, vilas e cidades houve também, a expulsão e/ou extermínio das populações indígenas e a depleção de significativos trechos da Mata Atlântica. (MAHONY, 1996, PARAISO 2001) A partir do já exposto nos perguntamos: 1) Como se desenvolveram os estudos sobre as técnicas agrícolas que envolveram a cultura do cacau da primeira análise, de Manoel F. Câmara em 1789, até a implementação do CEPEC (Centro de Pesquisa do Cacau) / CEPLAC (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) na segunda metade do séc. XX e; 2) Como essas técnicas foram responsáveis por modificações socioambientais na faixa de Mata Atlântica que corresponde a região do litoral sul da Bahia? Nossa hipótese é que: as técnicas que envolveram o plantio e manutenção do cacau foram responsáveis por grandes modificações no sócioambientais do litoral sul da Bahia (SANTOS, 2003), e apesar do primeiro estudioso (Manoel Ferreira da Câmara) propor, em 1789, uma tentativa de conciliação da cacauicultura com a mata, os estudos que se seguiram nos séculos posteriores, em geral, apontavam para o uso intensivo da floresta e, logo após, a sua derrubada para implementação da técnica de "pleno sol" ou "sombreamento" por espécies exóticas. 
Palavras Chaves: Cacauicultura, Litoral sul da Bahia, sustentabilidade ambiental

UM BREVE OLHAR NA HISTÓRIA AGRÁRIA DA CIDADE DE SÃO MATEUS- REGIÃO NORTE DO ESPÍRITO SANTO
Autoras: Guilhermina Elisa Bessa da Costa, Mestre em Educação-IPLAC/Cuba. Especialista em Psicopedagogia – UESC. Professora da Universidade do Estado da Bahia-UNEB/ CAMPUS X; Kylma Marluza Luz Kramm.  Graduada em História pela UESC. Especialista em História do Brasil. Professora da UNEB/Campus X/PARFOR. Professora da Rede Municipal e Estadual de Ensino em Teixeira de Freitas.

 Esta comunicação objetiva apresentar uma pesquisa de campo realizada na cidade história de São Mateus/ES, no semestre 2011.1,  com estudantes do IV semestre do curso de História do Departamento de Educação-Campus X, da Universidade do Estado da Bahia. A escolha da cidade de São Mateus justifica-se pela proximidade geográfica e pela relação histórica que essa cidade, mantém com o extremo sul baiano, por ser uma das principais cidades que fazem fronteira com a Bahia, e por ser uma das áreas de povoamento mais antigo do território capixaba. Como principais objetivos da visita destacam-se: pesquisar a importância das questões agrárias da cidade para a região do norte capixaba e oportunizar aos estudantes um contato mais íntimo com as questões patrimoniais e um olhar mais analítico em relação a cidade de São Mateus/ES, ao “ caminhar pela cidade”, ao observar seus principais locais históricos, com uma visão de historiador (a). Visitamos os principais locais históricos da cidade e ressaltamos a importância do porto fluvial da cidade para a expansão da questão agrária regional e a produção dos produtos agrícolas da região. No final do século XIX, a produção de farinha de mandioca ainda era o principal esteio da economia mateense e posteriormente seria o café. O Porto de São Mateus teve grande importância no passado, pois nele desembarcaram grande parte dos negros que vieram para o Brasil. Essa foi segunda visita  a cidade de São Mateus, com a  turma de estudantes,  onde foram elaborados portfólios, contendo textos e registros iconográficos elaborados a partir da visita de campo. Pretende-se dar continuidade a pesquisa, através do estágio supervisionado II e nas disciplinas que mantêm uma proximidade com o tema, tendo em vista a relevância da mesma para a formação de novos conhecimentos e experiência para os futuros professores e pesquisadores da área de História.
Palavras-Chave: História Agrária, Patrimônio, São Mateus, Norte do Espírito Santo.


Simpósio Temático 09 – História, Intelctuais e Literatura
Coordenador: Prof.  Dr . Robson Dantas
Local: Pavilhão Adonias Filho, sala 2208   
Dia: 21/10/2011    Horário: 08:00H às12:00H

A ESTÉTICA DA MORTE: OS SIGNOS E AS REPRESENTAÇÕES TANATOLÓGICAS SOB A ÓTICA DE HUIZINGA. 
AUTOR: Leandro de Oliveira Panta, Graduando do curso de Licenciatura em História UESC/DFCH 

O presente trabalho tem como objetivo analisar a estética da morte, e suas representações, através da relação entre textos e imagens encontradas no trabalho do historiador holandês Johan Huizinga. Trata-se do livro “O outono da idade média”, sendo a edição brasileira de 2010 o objeto específico dessa pesquisa. Huizinga, sendo um historiador da Cultura e um dos primeiros a utilizar sistematicamente a pintura como fontes primarias, via nas produções artísticas da Baixa Idade Média a sintomática (vale dizer, indiciária) representação das vidas humanas de então. Nesse sentido, serão analisados mais especificamente os signos alusivos à morte presentes no Outono de Huizinga. E, ato contínuo, suas perspectivas artística e estética da história.

Palavras-Chave: Morte; Arte; Historiografia

"HISTÓRIA DO CERCO DE LISBOA": UM NOVO OLHAR, UMA OUTRA HISTÓRIA?
Aliana Georgia Carvalho Cerqueira
Graduanda em Letras pela Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC,
Patrícia Adorno Mendes
Graduanda em Letras pela Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC,
Ana Júlia Souza Mariano
Graduanda em Letras pela Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC,
Genivalda Antônia Santos
Graduanda em Letras pela Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC,
Liliane Araújo dos Santos
Graduanda em Letras pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC.

No presente estudo analisou-se o romance “História do Cerco de Lisboa”, de José Saramago, com o objetivo de apontar as principais relações que ele estabelece entre o discurso histórico e o discurso ficcional. Para tanto, empregou-se o método descritivo conceitual e a pesquisa bibliográfica. Logo, após a leitura do texto ficcional saramaguiano, do seu contexto histórico de produção/publicação e momento histórico-cultural identificado na trama, seguiu-se o referencial teórico que deu suporte à investigação e, então, a análise. Com base em Foucault (1996), Iser (1981), Le Goff (1996) e Leenhardt e Pesavento (1998), Reis (1998), constatou-se que o romance supracitado ao criticar o contexto histórico-econômico e social da nação lusitana, re-significa a história, questiona o seu dizer absoluto e aponta a ficção como uma possibilidade de reinterpretá-la.


 Palavras-chave: Discurso da História; Ficção; Romance saramaguiano.

AUTORAS:
REPRESENTAÇÕES DA MULHER NEGRA NA LITERATURA BRASILEIRA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Autora: Reheniglei Rehem  (Drª em Teoria Literária - UESC/BA)

Considerando o texto de ficção literária como dissimulação do real, que muitas vezes pode revelar a visão histórica e ideológica de uma época, este trabalho tem como objetivo geral comparar o perfil da personagem Gabriela, de Jorge Amado, com outras representações da mulher negra presentes em algumas obras da literatura brasileira. A partir de metodologia de pesquisa bibliográfica, está análise se fundamenta nos conceitos de miscigenação (FREYRE, 2003; BERND, 1984); identidade (HALL, 2003) e imaginário (ISER, 1979). Espera-se que o resultado dessas reflexões suscite debates e contribua com os estudos críticos sobre a relação literatura e história.
Palavras - chave: Literatura. Miscigenação. Identidade cultural.


ANTÓNIO LOBO ANTUNES E O FRACASSO COLONIAL EM ANGOLA 
Autor: Raphael Coutinho Santos. Graduando em História, Aluno do 6° semestre do curso de Licenciatura em História UESC/DFCH

O objetivo desta comunicação é analisar o romance Os cus de Judas, do escritor português António Lobo Antunes, como testemunho de sua experiência, como médico e tenente do exército português, na Guerra de Independência de Angola, datada entre 1961-1974. Mais dois romances – Memória de elefante e Conhecimento do inferno – fecham, com Os cus de Judas, a intitulada Trilogia de guerra, em que se misturam memórias e reflexões sobre a história contemporânea de Portugal: desde os horrores da guerra colonial a Lisboa salazarista; além de críticas à política imperialista portuguesa nos países africanos. O entrecruzamento entre história e ficção, é promovido pelo referencial teórico de Paul Ricoeur. 
Palavras-chave: António Lobo Antunes; História contemporânea; Literatura. 


A ONDA VERMELHA: COMUNISMO NA BAHIA
Autora: Daniela de Jesus Ferreira. Mestranda em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana

A presente pesquisa investiga a leitura, apropriação e a representação do comunismo na Bahia a partir da trajetória intelectual e militante de sujeitos que integraram o Partido Comunista Brasileiro. Investiga-se através das experiências de Jorge Amado, João Falcão e Edson Carneiro, as representações do comunismo, da URSS, as leituras que fizeram, ou seja, como esses sujeitos vivenciaram o ser comunista no arco de 1930 a 1946. Buscamos com isso identificar a existência ou não das leituras de K. Marx e F. Engels. Mapear e catalogar os textos comunistas, identificando os espaços de leituras, de circulação dos mesmos, apontando aqueles que mais influenciaram os sujeitos relacionados. Para isso, são supostos necessários para a análise da literatura apropriada o uso da intertextualidade para identificar a relação de textos como outros textos. Para tal empenho usamos como fontes obras selecionadas de Jorge Amado, materiais impressos, a exemplo da revista Seiva (produzida pelo PCB). Usamos inquéritos policiais, os jornais que circulavam na Bahia, como O Imparcial, A Tarde, Diário de Notícias e memórias de militantes. 
Palavras - chave: PCB, comunismo, leitura.


DESESPERANÇA E FEITIÇARIA SOB OS OLHARES DE MICHELET, DELUMEAU E THOMAS.
Autor: Agnaldo Wanderson Santos Rabelo. Graduando em História na Universidade Estadual de Santa Cruz 

A presente comunicação visa primeiramente pontuar como Jules Michelet analisa a relação da desesperança com o surgimento da feiticeira. Outro aspecto desta comunicação é nuançar como Jean Delumeau e Keith Thomas vêem a desesperança presente no contexto da bruxaria. Dessa forma, a partir da tese proposta por Michelet no que concerne à desesperança e sua influência na gênese da feiticeira, serão realçadas as distinções entre a abordagem micheletiana e a dos historiadores Delumeau e Thomas, que inclui o tempo, método e estilo que cada historiador lança mão para versar sobre a feitiçaria em suas obras, enfatizando os diferentes olhares sobre a desesperança e sua importância na origem das “esposas do diabo”. Jules Michelet escreveu sua obra A Feiticeira em 1862 com um objetivo claro, a saber, descobrir como a mulher se tornou feiticeira. Para ele, não era possível aceitar as explicações fantasmagóricas e fabulistas sobre o assunto. Dessa maneira, com a ausência de explicações e estudos convincentes no que concernia à temática, Michelet lançou mão de fontes diversas para elucidar a questão por ele levantada, entre elas: registros dos interrogatórios inquisitoriais, a literatura e seus contos, manuais dos inquisidores e o próprio dispositivo lendário. No bojo de sua investigação está sua tese da progressão da desesperança como fator preponderante na “origem” da feitiçaria. Destarte, o debate em torno desta tese, será evidenciado por esta comunicação ao ser apresentadas as visões que Delumeau e Thomas nutrem sobre a idéia micheletiana de progressão da desesperança em suas obras, respectivamente, História do Medo no Ocidente e Religião e Declínio da Magia.  Os historiadores presentes nesta comunicação não foram os únicos a versarem sobre feitiçaria, contudo, a escolha destes nomes tem como objetivo mostrar como as opções teóricas que os envolvem influenciam os resultados de sua pesquisa e na forma como eles são apresentados ao público. Assim, os elementos do romantismo do século XIX são encontrados no discurso de Michelet, bem como traços da psicologia histórica, que posteriormente seriam retomados pelos historiadores das mentalidades, território no qual está inserido Jean Delumeau, por fim, nota-se que a análise de Thomas está alicerçada na chamada “antropologia histórica”. Faz-se necessário contrapor as visões desses historiadores sobre a presente temática e realçar o viés teórico defendido por eles a fim de compreendermos as suas conclusões no que diz respeito à feitiçaria. 
Palavras-Chave: Feiticeira - História das Mentalidades - Métodos 


NAÇÃO E IDENTIDADE NACIONAL NO LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA: A ABORDAGEM DE BORGES DOS REIS NA BAHIA REPUBLICANA
Autora: Bárbara Melo Pereira. Graduanda em História pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB,
Orientadora: Profª. Drª Maria Cristina Dantas Pina
   
O livro didático História do Brasil (1915) destinado ao curso secundário no ginásio da Bahia em Salvador, de autoria do professor e intelectual baiano Antonio Alexandre Borges dos Reis, foi um dos instrumentos utilizados na construção da identidade nacional e dos ideais de nação dos seus leitores. Para compreender a narrativa da obra de Borges dos Reis levou-se em consideração as especificidades do discurso do autor, o contexto histórico vivenciado por ele, além das transformações ocorridas no Brasil e, mais especificamente na Bahia, na transição dos séculos XIX e XX, período marcado pelas ideias republicanas e por amplas alterações nas esferas política, econômica e social. Produzido e divulgado nessa demarcação temporal, o manual didático possibilita apreender elementos importantes da concepção do autor sobre o nacionalismo brasileiro.
Palavras-Chave: Borges dos Reis; identidade nacional; livro didático.



Simpósio Temático 10 - História e Meios de Comunicação
Coordenador: A definir
Local: Pavilhão Adonias Filho, sala 2208
Dia: 20/10/2011   Horário: 19:00H às 22:00H


RELIGIÃO E IMPRENSA: A TRAJETÓRIA DOS USUÁRIOS DE AYAHUASCA ATRAVÉS DA MÍDIA E DAS NARRATIVAS PESSOAIS”
Autora: Belaine das Neves Nascimento.  Graduanda em História pela Universidade Estadual de Santa Cruz  

Este trabalho visa identificar os processos culturais pelos quais o uso do chá ayahuasca, (substância considerada sagrada, usada originalmente por comunidades indígenas do Norte do país), vem se configurando, atualmente, como ritual religioso e doutrinário no meio urbano. Tem como objetivo geral o estudo do consumo ritualístico da bebida, seus signos e sua historicidade. Aliado a isso busca identificar, através da leitura de narrativas jornalísticas, as posturas da mídia em relação às questões polêmicas envolvidas na legalização do uso da ayahuasca, e principalmente com relação aos adeptos da religião. 


O VALOR POTENCIAL DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO FONTE DE PESQUISA HISTÓRICA E INSTRUMENTOS AUXILIARES DA APRENDIZAGEM
Autor: Pedro Paulo Barreto Junior. Graduando em História  na Universidade Estadual de Santa Cruz  

As histórias em quadrinhos possuem elementos próprios na sua composição o que as caracteriza como uma arte em si, e não como um meio que se utiliza de outras artes, sendo assim, entende-se que os quadrinhos constituem uma linguagem, dentro desta perspectiva a utilização deste instrumento enquanto fonte de pesquisa histórica dá a possibilidade de analisar aspectos da sociedade em determinado período sob seu olhar. Soma-se a isso o fato das HQs estarem afinadas com os processos sociais do contexto uma vez que geralmente elas fazem parte do mesmo e dessa maneira carregam em si indícios do contexto. No que se refere a historiografia, a utilização das histórias em quadrinhos enquanto fonte histórica representa um passo no sentido da inovação e diversificação do trabalho do historiador. 
Palavras-Chave: História em quadrinhos, pesquisa, educação.


REPRESENTAÇÃO HUMORISTICA DO BOMBARDEIO DA CIDADE DE SALAVADOR.
Autor: Marcos Santos Marinho. Graduando do curso de História da Universidade Estadual de Santa cruz. 

O Bombardeio da cidade de Salvador em janeiro de 1912 marcou profundamente o cenário político baiano e brasileiro da época. Ao estudar o Bombardeio da cidade de Salvador, podemos perceber e entender como funcionava a política, principalmente a baiana, além dos vícios e estratégias do jogo político da primeira república. Embora de grande repercussão nacional o episódio foi relegado ao esquecimento pela historiografia nacional.  O bombardeio de Salvador não conquistou a atenção dos historiadores brasileiros, sendo ignorado inclusive por pesquisadores da área na Bahia. Foi grande a repercussão do bombardeio na imprensa nacional, além de causar uma crise ministerial, no governo de Hermes da Fonseca, alguns ministros formalizaram seu pedido de demissão. O episódio também mudaria os rumos da política baiana ao colocar no poder um dos líderes mais influentes da política oligárquica, o Sr. J. J. Seabra.


CANTORAS DO RÁDIO DE ITABUNA DA DÉCADA DE 60
Autor: José Anselmo Santos Góes. Graduando do  9º. Semestre de História na Universidade Estadual de Santa Cruz

Resumo: Este artigo tem como objetivo investigar a presença das cantoras de rádio em Itabuna na década de 60, bem como a sua atuação no programa O Bairro se Diverte. Esta pesquisa se propõe também a fazer um levantamento bibliográfico dessas cantoras. Portanto, serão utilizadas diversas fontes como: notícias de jornais, fotografias, depoimentos de fãs e entrevistas com algumas dessas artistas.
Palavras-Chave: Bairro, Cantoras, Rádio